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Mudar de vida

Make peace, not war.

Sexta feira.

Felicidade.
Como não se consegue ganhar um concurso de escrita criativa.
Afirmar, portanto, que tudo isto não passa de um mero equilíbrio… será cair num lugar comum.


Chegado a este ponto, a coisa complica-se ainda mais, pois reparo que estou no quarto item da lista. Da lista do concurso de escrita criativa, obviamente. Bem vistas as coisas, está chegada a altura de proceder a um auto-elogio, que será o quinto item da lista. Fica sempre bem, é normal, e toda a gente acha que deve fazer parte e, acima de tudo, não dá grande trabalho, porque ninguém melhor do que nós próprios para nos gabarmos, por isso é imprescindível. É verdade que nem qualquer auto-elogio serve, mas um, assim jeitoso, que dê para as pessoas perceberem o carácter do autor, é o ideal.
Paremos para pensar.
Este é sempre o momento crucial. Ou para a frente ou para trás. Que fazer? Eis a verdadeira questão. Será que está a faltar qualquer coisita? Será que devemos enriquecer mais um pouquito o nosso trabalho? Uma foto engraçada? Com uma forte carga ideológica? Oh Jesus, ajuda neste momento difícil.
Passada a tormenta, devemos pensar em enviar o trabalho. Temos duas maneiras de o fazer. A engraçada e a outra. Como é óbvio, eu escolho a outra. Como sempre, seguirá no último momento, correndo o risco de não ser aceite, devido a dificuldades tecnológicas, que são sempre susceptíveis de suceder, ou por ter ultrapassado a data limite. Em caso de ter sido aceite no limite, corre-se outro risco: o do júri já não ter pachorra para analisar o conteúdo, o que também não está mal.
Posto isto…
Pretextos.
A primavera.
Ainda não falei com o meu mano. Já chegou das suas maravilhosas férias em Itália, ggggrrrr, que inveja. Deve estar a recuperar… e deixá-lo estar, pois amanhã começam as aulinhas e o pequeno tem de colocar a cabeça no sítio.
Eu também tenho de me preparar para começar novamente a dar aulas, tenho alguma papelada para acabar de tratar referente ao estágio que as minhas alunas vão iniciar amanhã, de resto não há mais nada com que me preocupar.
Tal como a primavera, vou ter um terceiro período tranquilo e risonho… e com os bolsos mais cheios, graças à descida de um por cento, no iva… mas isso não interessa mesmo nada, desde que tenha saudinha…
Vamos lá, vamos.
Conseguir pensar naquilo que somos pode ser difícil. Não é costume as pessoas pararem para pensarem naquilo que são, muito menos pararem, pensarem e escreverem. O registo gráfico, ou escrito, pode-se tornar difícil ou inibidor. Muito sinceramente acho que, salvo raras excepções, todos nós escrevemos malzinho, uns ainda conseguem ser sofríveis mas, tirando os profissionais da escrita (escritores, mesmo), somos o espelho do país.
Há um problema de comunicação. A informação circula num só sentido. Não existe retorno e as pessoas habituaram-se a este esquema mental, acabando por não questionar o que lhes chega. Longe de mim achar que devemos ser todos uns contestatários e que nos devemos organizar, manifestar, etc, isso já lá vai, mas acho que é tudo muito acrítico, não-crítico, passivo, ou o que quiserem chamar. Um país se não desenvolve, alimenta, incentiva, ou o que também lhe quiserem chamar, a sua massa crítica, não pode esperar grande coisa do futuro.
Cansadito.
Decididamente não estou para aí virado. Hoje dormi mal. E dormi mal porque me sinto mal. Estou cansado da vida de treta. Sim. De treta. Porque de treta se trata. Eu consigo levar a vida para a frente, mas aquela vida que tem de ser, porque a minha, não consigo. Não passa de hoje.
Uma pena.
Afinal ontem, aquela coisita especial que eu estava à espera que me acontecesse, népias. Apesar da dor no ânus, da irritação da vulva e até mesmo da impotência, mais nada aconteceu de especial na minha vida. Foi pena.
Talvez tenha sido do número, que tinha mais um seis. Era a ver se colava, mas pelos vistos tem mesmo de ser o 666.
Vira o disco.
Nunca fui uma pessoa muito achacada a vícios, daqueles que se leva uma eternidade a tratar, para conseguir deixar. Sempre gostei de fazer as minhas asneiras controladamente e com a consciência, possível, de estar a perceber o que estava a viver. Sem querer parecer, se calhar já sendo, moralista, acho que as dependências são um retrocesso no desenvolvimento humano. Não falo mesmo daquelas que levam as pessoas ao abismo e na maioria das vezes a baterem bem lá no fundo, porque para essas não me atrevo, sequer, a fazer qualquer tipo de juízo de valor. Falo, antes, das dependências mundanas, aquelas que nos permitem manter o equilíbrio e viver em sociedade. Aquelas que nos permitem construir uma barreira eficaz e intransponível para…, quem vem láááá?
A ver vamos.
Sinto que hoje me vai suceder qualquer coisita muito especial.
Porquê? Porque quando abri aqui o blogue, o número de visitantes era o 6666, o que é curioso.
Vamos lá ver como correm as coisas.
Assim.
A minha vida mudou muito.
Ainda não resolvi tudo lá muito bem.
Ainda existe um pequeno conflito para ser resolvido.
Foram muitos anos de completa e perfeita ondulação. Sem destino marcado e sem hora marcada. Hoje isso já não é possível. As minhocas não deixam que isso aconteça.
Não é aí que reside o conflito. Não me faz falta nenhuma o sentir da ondulação. Não é por aí. O meu conflito reside no facto de ser sério de mais na minha relação com as minhocas. Acho que ninguém nasce ensinado e preparado para educar crianças e por isso mesmo estou sujeito a cometer erros durante este processo e já os cometi e, muito provavelmente, irei continuar a cometê-los. Esta parte é fácil e vem nos livros. Também vem nos livros que os pais devem falar, discutir e reflectir sobre as reações, emoções das minhocas e procurarem perceber as suas personalidades. Até aqui a coisa vai. Como também vai a reflexão sobre as opções que se devem tomar na educação das minhocas e que só se vão reflectir passados uns anitos. Do género: terem uma boa relação com o corpo, com a palavra, através da leitura, com a música, de cortar com a televisão e dar-lhes tempo para brincarem sem as encharcar de actividades extra, enfim, coisas que devem ser pensadas e que, penso eu, a maioria das pessoas faz.
O conflito nasce pela minha dificuldade em lidar com a idade mental das minhocas. Saber dosear e adaptar o grau de exigência à idade mental das minhocas. Saber perceber que é um processo a longo prazo, para o qual se deve manter não só a calma e a persistência, como uma atenção muito perspicaz. Acho que vai ser assim a vida toda.
Tou virando purpurina.
Já há algum tempo que não escrevo nada no blogue. Um bocadinho por falta de disponibilidade mental porque a vida não pára e, por vezes, a energia vai-se para outros lados e para outras coisas. No entanto, apesar dessa falta de disponibilidade, a vontade e o querer escrever uma data de palermices não pára. Por isso, cá estou eu, de novo.
Apetecia-me mesmo, mesmo, mesmo, escrever sobre sexo, mas não pode ser, isso fica para outro sítio, a outra hora, aqui o assunto é mais cócó, mais sério.
Hoje saí de casa à hora normal para ir trabalhar, sete e cinquenta e cinco, mais ou menos, mas saí com uma sensação de perda, como se me faltasse alguma coisa, com uma dimensão enorme, monstruosa. Peguei na bela da Scarabeo e arranquei para a escola mas, no caminho, não fui sossegado, sempre com aquela moedeira mental.
Claro que a origem de todo este desassossego está perfeitamente identificada e é muito objectiva: saí de casa sem ter visto as minhocas que, anormalmente, ainda estavam a dormir e isso deixou-me perturbado. Coisas de mulheres mas que se há-de fazer…