
ChicaChó.

Por outro lado, a minhoca mais velha tem esta facilidade em me tirar fotografias que só me favorecem. Está dentro dela, esta amizade pelo pai, esta necessidade de o proteger dos olhares mais incautos. Foi tirada no meu recente quadragésimo sétimo aniversário, de boa memória. Não pode ter uma máquina fotográficas na mão que aquilo é um desassossego.
Não há nada como acordar com os beijinhos das minhas meninas todas. Então num dia de aniversário é que é bom. Não sou muito dado a aniversários e a festas de aniversários e isso começa a notar-se uns dias antes. Começo a andar mais tenso. Pura estupidez, mas faz parte do meu historial. Fico meio encabulado com as manifestações de carinho que têm comigo. Mais uma vez, estupidez, pois devia ficar contente. E fico. Só não sei muito bem é lidar com isso. De qualquer maneira, estou feliz por poder passar mais um dia na companhia de quem gosto e lembrando sempre aqueles que estão mais longe e que também fazem parte da minha vida.
Para as minhas lindas, um beijinho muito especial.
Não queria dizer que hoje foi um dia para esquecer, mas quase.
Alguma coisa está mal, no reino dos céus. Eu esforço-me, a sério que me esforço, mas o resultado é escasso e, pior ainda, desanimador. Hoje sinto-me o pior pai do mundo. Acredito que as pessoas, quando nascem, não estão ensinadas, mas porra, já tenho quarenta e seis anos e ainda não sei como se faz. É um bocadinho de mais. As crianças tiram-nos do sério e isso, é grave, muito grave. Não que eu faça questão de ser sério, muito pelo contrário, a minha imagem é a de muito pouco sério, mas quando se trata de crianças, das minhas, então a coisa deixa-me preocupado. Por uma coisa muito simples. Já lidei com muitas situações adversas, algumas duras mesmo, e sempre mantive a calma, e agora chegam uns pirralhos que me dão a volta e me fazem perder a paciência.
É muito triste.